Programa de TV francês, que simula morte, causa polêmica

O Rafael está correto. Esse experimento foi feito na decada de 60 por um psicólogo americano. Quem quiser mais detalhes, dá uma olhada aqui:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_de_Milgram

Sinistro isso ai.

Nossa, mtu fods msm! aushAUS
Achei esse video do programa…
http://www.youtube.com/watch?v=4DPXcoYxfgs

Antes de tudo, a “pergunta-chave” que inaugura a polêmica não é “qual é o limite do ser humano” mas “qual é a influência perversa da televisão sobre os individuos”, ou, como anuncia o proprio subtitulo sa emissão “o jogo da morte”, “até onde a tv pode ir?”.

Eis o que se passa.

Os organizadores fizeram um casting e selecionaram oitenta pessoas. Um dos critérios era essa pessoa não ser cardiaca. Eles anunciam a cada um, separadamente, que esta emissão é apenas uma emissão-piloto e que os participantes não vai ganhar nada (apenas 40 euros) mas que eles devem jogam como se estivessem concorrendo a um milhão. Explicam também que tudo é previso para que a emissão um dia possa realmente existir. O apresentador explica o jogo : 27 combinações de palavras a serem decoradas em 1 minuto (por exemplo, carro “de mão”, paisagem “rupestre”, etc). De um lado, estara aquele que questiona e do outro uma pessoa sentada em uma cadeira dentro de um iglu isolado. Esta ultima receberah um choque, que vai aumentando progressivamente na medida em que ela erra, de 20 a 480 V. Cada participante do casting se encontra na sala acompanhada de um suposto outro participante, que serah para cada um deles o mesmo Jean-Paul, que é na verdade um ator. Cada um retira uma ficha, onde serão definidos vitima e carrasco. Os bilhetes são usurpados e Jean-Paul serah sempre a vitima em todas as situações.
Para cada um dos 80 participantes, uma companhia especializada levou um publico diferente para servir de platéia. Cada filmagem era feita em um dia e os participantes
não tinham nenhum conhecimento da existência dos outros participantes.
O jogo começa. Uma apresentadora é a mediadora. Jean-Paul acerta algumas (para ser credivel) e erra muitas. Os choques no começo nem são sentidos, até que ele exclama “Ai, isso doi de verdade”. O publico e o indagador soh ouvem o que Jean-Paul diz : eles não o vêem. Na verdade, Jean-Paul nem estah mais lah, mas fica com seu microfone fingindo as dores.
Qdo se chega nos 180 V, Jean-Paul desabafa : Isso doi demais, não quero mais jogar ! Nessa hora, cada um dos indagadores têem a mesma reação, que é a de olhar para a
mediadora mas ela diz :Não te deixe impressionar, o jogo continua…” vc deve continuar, é a regra”… Entre piadinhas “segura essa Jean-Paul”, “foi mal J-P.”, e desculpas “Jean-Paul, me desculpe, mas…” 80 por cento foram até o final, a saber os 480 V. A saber que desde os 300 e poucos Jean-Paul soh soluça, e aos 400 o siêncio é total na cabine (mas J-P., ainda responde as perguntas, o que leva todo mundo a pensar q ele ainda estah vivo).
Quase todo mundo decidiu, em um momento, de abandonar o jogo e deixar de fazer sofrer Jean-Paul. Mas a apresentadora estah lah, todo tempo, “Continue”, “é a regra”, “Nos assumimos as consequências”, “Ele nos implora agora mas depois vai te agradecer” (pois no final, ele levaria 900 mil. a pessoa que pergunta levaria 100 mil ). Quase todos cedem e somente 16 se opõem a apresentadora e decidem, depois de muito esforço de parar. Somente 16 pessoas se opõem às regras do jogo, se opõem à autoridade da televisão.
Pois esse é o tema, a obediência face à autoridade, dessa versão século XXI da experiência que Milgram realizou nos anos 1960, num laboratorio. Na experiência de Milgram, vc tinha de um lado uma pessoa que perguntava e do outro da sala um ator que sofria. O cientista era o mediadior e ele também dizia, “continue”.

Do outro lado do pano da emissão francesa estavam psycologos e estudiosos das midias analisavam o comportamento dos participantes. Os 80 por cento dos obedientes, contra os 60 de Milgram, mostrou-lhes, prilmeiro, que a autoridade da tv é legitima. A situação (recepção na chegada, maquiagem, publico, apresentadora, câmeras, musica, breve, todo o aparato televisivo) conduziu a maioria deles a um estado de obediência. Quaisquer que sejam os argumentos dessas pessoas, como “eu sabia que ele não morreria”, ou “eu obedeci sem saber por quê” nos mostraria, segundo os especialistas, não somente que os participantes depuseram toda confiança nessa instituição mas também todo processo de alienação que nos foi inculcado desde o nosso nascimento (segundo os dados, a televisão é a segunda mais importante atividade humana em numero de horas em uma vida… depois do sono).

Essa cultura da obediência teria assim se acentuado na era da televisão, e esta autoridade teria o poder de (tomando emprestado o termo de Hannah Arendt) “banalização do proprio mal”.
A saber que a tése de Arendt visava justamente mostrar que um simples funcionario da alemanha nazista não era obrigatoriamente um monstro sanguinario. Ele não seria outro que um homem banal ou ordinario.. sem reflexão e obediente.

Este programa não tem nada de original e engana-se quem pensa ter a ver apenas com dinheiro. Mais do que dinheiro, o que pega nas pessoas é o PODER. Esta foi uma experiência feita por psicólogos em professores cujos alunos eram atores. A grande maioria dos professores não exitou em dar choque nas crianças (aumentando a carga conforme erravam mais e mais as respostas) ainda que os alunos clamassem para que parassem.