Há exatos 17 anos, passei pelo momento mais constrangedor de toda minha vida (até agora).
Como todo adolescente, eu e um grupo de amigos adorávamos transgredir regras, ainda que elas só fossem interessantes para nós, como, por exemplo, invadir pacificamente festas de 15 anos, como verdadeiros penetras. Me recordo claramente de um episódio deste meu passado que me condena até hoje, porque os amigos nunca esquecem.
Em um sábado qualquer, resolvemos invadir a festa em uma casa de festas qualquer no bairro vizinho ao nosso. As escolhas sempre levavam em consideração a chance de conseguirmos entrar sem o risco de sermos barrados já na portaria, e esta era especialmente convidativa – não tinha segurança.
Já na entrada, com todos bem vestidos, claro, resolvemos nos posicionar de maneira estratégica, próximo aos garçons. Afinal de contas, nenhuma festa penetrada era tão boa se não conseguíssemos comer e beber bem.
Bom, o mico histórico que paguei aconteceu já próximo à valsa dos 15 anos. Me posicionei próximo à pista de dança e comecei a observar as pessoas. Depois de alguns acordes da banda, tive a “brilhante” ideia de comentar o figurino dos convidados. Virei para um dos meus amigos e falei: “olha só a roupa daquele cara. Parece que veio fantasiado de cigano Igor. Ninguém avisou a ele que era festa de 15 anos?” e todos rimos. Em seguida, virei para o outro lado e disse:
– Olha aquela mulher de vermelho, tenho certeza que pegou a cortina de casa, fez dois buracos, colocou os braços e veio para a festa. Parece um balão de São João.
Sem perceber, o interlocutor não era meu amigo. Ele chegou para mim e disse:
– Aquela ali é minha tia, parceiro!
Percebendo a gafe, eu emendei:
– Não, não estou falando daquela, estou falando da outra, aquela com cabelo estiloso do lado dela!
– Aquela outra é minha mãe, amigo. E não é um “cabelo estiloso”, ela está fazendo tratamento de quimioterapia. A propósito, você foi convidado por quem?
Sem muito mais a dizer, fui convidado a me retirar da festa sem, inclusive, a companhia dos meus 5 amigos penetras que não perceberam a cena desastrosa e que tinham me dado carona no velho Fusca, sem um centavo no bolso.
Minha aposentadoria como penetra chegava ao fim depois de 1 hora de caminhada até em casa, debaixo de uma chuva alucinante.
Até hoje, sou motivo de chacota entre os amigos quando nos encontramos. E a cada novo encontro me sinto mais idiota, mesmo tendo se passado 17 longos anos.
Além de compartilhar este mico histórico, essa história serve também para lembrar que no dia 2 de julho estreia a sequência de Meu Passado Me Condena 2, com Fábio Porchat e Miá Mello. O primeiro, foi um grande sucesso de público, levando mais de 3 milhões de pessoas aos cinemas e este não deve ser diferente.
Confira um trailer.