Saiba de onde surgiram os tipos de letra que você usa no computador
Essas milhares de letrinhas que correm todos os dias nos documentos do World, no bate-papo dos comunicadores instantâneos e nos e-mails têm histórias muito peculiares e interessantes, que vêm desde a época da criação da imprensa, por Gutemberg, em 1480, e foram ganhando novos capítulos até a era do computador.
Veja algumas fontes abaixo:
A Times New Roman foi criada em 1932 especialmente para o jornal inglês ”The Time of London”. O objetivo era aprimorar (e substituir) a então popular Times Old Face.
A Helvetica foi criada pelo suiço Max Miedinger, em 1957. Seu nome deriva da palavra ‘helvetia’, o nome latino da Suíça. A fonte é baseada em uma tipografia mais antiga chamada Akzidenz Grotesk, criada em 1898.
A fonte Arial foi encomendada pela Microsoft, em 1992, para driblar os altos preços cobrados pelo uso da licença da fonte Helvetica – muito conhecida na época. Assim como a Microsoft, a IBM também deu um jeito de driblar os royalts da Helvetica.
Criada em 1540 pelo tipógrafo francês Claude Garamond, a fonte foi encomendada pelo rei Francisco I para ser usada em uma série de livros. Depois, o tribunal francês adotou a Garamond como fonte padrão, o que influenciou a tipografia de toda a Europa.
Criadas na década de 90, as fontes Trebuchet, Webdings e a polêmica Comics Sans são obras do typedesigner Vicent Connare. Na época, Connare era engenheiro tipográfico da Microsoft, depois de ter passado uma temporada na Apple.
Criada em 1996 pelo designer Matthew Carter a pedido da Microsoft Corporation, a fonte Verdana foi inspirada em tipografias famosas. O principal objetivo da Verdana era ser lida em telas com baixa resolução para adaptar-se a textos corridos.
Criada pela Microsoft, a fonte começou a ser distribuída juntamente com a Verdana no Windows 95.
Mais uma das criações de Vicent Connare, a Trebuchet surgiu em 1996. O nome remete a um instrumento medieval.
Qual é a fonte ideal para as crianças aprenderem a ler? Na Alemanha, convencionou-se usar as do grupo Druckschriften. Essas fontes são baseadas em desenhos elementares e geométricos, para facilitar o desenho das formas.
A princípio, o símbolo arroba (@) era escrito com as letras ‘a’ e ‘t’ mesmo (como se pronuncia em inglês). Com os experimentos feitos pelos typedesigners, o ‘t’ começou a ficar curvo até chegar no círculo que temos hoje sobre a letra ‘a’.
[ FONTE ]
World??? não seria Word?
🙂
uehuhe.. é verdade. é WORD.
” E quem criou os símbolos de “@”, “&” e até mesmo o alfabeto braile?”
Só falou da arroba.
Nada a ver a explicação do @.
Na idade média os livros eram escritos pelos copistas à mão.
Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido. O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram valiosíssimos
Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um ‘m’ ou um ‘n’) que nasalizava a vogal anterior. Um til é um enezinho sobre a letra, pode olhar.
O nome espanhol Francisco, que também era grafado ‘Phrancisco’, ficou com a abreviatura ‘Phco.’ e ‘Pco’. Daí foi fácil o nome Francisco ganhar em espanhol o apelido Paco. Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um feito significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de ‘Jesus Christi Pater Putativus’, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde os copistas passaram a adotar a abreviatura ‘JHS PP’ e depois ‘PP’. A pronúncia dessas letras em seqüência explica porque José em espanhol tem o apelido de Pepe. Já para substituir a palavra latina et (e), os copistas criaram um símbolo que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras: &. Esse sinal é popularmente conhecido como ‘e comercial’ e em inglês, tem o nome de ampersand, que vem do and (‘e’ em inglês) + per se (do latim por si) + and. Com o mesmo recurso do entrelaçamento de suas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de ‘casa de’.
Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço – por exemplo 😮 registro contábil ’10 @ £3′ significava ’10 unidades ao preço de 3 libras cada uma’.
Nessa época o símbolo @ já ficou conhecido como, em inglês, ‘at’ (a ou em).
No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contábeis dos ingleses.
Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo seria uma unidade de peso por engano.
Para o entendimento contribuíram duas coincidências:
1- a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo ‘a’ inicial lembra a forma do símbolo;
2- os carregamentos desembarcados vinham freqüentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de ’10 @ £3’assim: ‘dez arrobas custando 3 libras cada uma’. Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba.
Arroba veio do árabe ar-ruba, que significa ‘a quarta parte’: arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal (58,75 kg).
As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados). O teclado tinha o símbolo ‘@’, que sobreviveu nos teclados dos computadores.
Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletrônico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o sentido ‘@’ (at -em Inglês), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor.
Assim Fulano@ProvedorX ficou significando: ‘Fulano no provedor (ou na casa) X’.
Em diversos idiomas, o símbolo ‘@’ ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma.
Em italiano chiocciola (caracol), em sueco snabel (tromba de elefante), em holandês, apestaart (rabo de macaco). Em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel, em Israel; strudel, na Áustria; pretzel, em vários países europeus.
Bravo, bela explicação, e pensavam que Buteco é só pra tomar umas? Também é cultura, e das boas.