O mercado automotivo brasileiro é conhecido por ter produzido carros icônicos que marcaram época e se tornaram verdadeiros clássicos. No entanto, nem todos os modelos que foram fabricados em terras brasileiras tiveram o mesmo sucesso e reconhecimento. Que tal então explorarmos 5 carros brasileiros que pouca gente lembra que existiram?
Puma GTB
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Na década de 70 e 80 a marca era até conhecida, mas hoje muita gente não lembra. O Puma GTB foi produzido pela Puma, uma empresa fundada em 1966 por José Carlos Pace e Rino Malzoni, que tinha o objetivo de produzir carros esportivos de alta performance no Brasil.
A fábrica produziu inicialmente os modelos GT e GTE, ambos baseados no chassi do Fusca. O GTB só veio depois, com uma pegada mais tecnológica, esportiva e uma proposta arrojada: ser uma alternativa ao Camaro. Ele tinha motor de Opala de 171 cavalos de potência e chegava a alcançar até 180 km/h. Essa configuração era impressionante para um carro produzido no Brasil na época.
Além disso, ele tinha linhas aerodinâmicas, com dianteira baixa e agressiva e uma traseira elevada. O interior também era bastante esportivo, com bancos individuais e um volante esportivo de três raios. Um dos motivos pelos quais fizeram o Puma GTB ser pouco conhecido foi a baixa quantidade de unidades produzidas: apenas 710.
Santa Matilde SM 4.1
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O Santa Matilde foi fabricado pela fábrica de mesmo nome desde 1985. Ele foi projetado como alternativa ao lendário Jaguar XK 120 dos anos 50, com um design elegante e curvas suaves.
O SM 4.1 foi construído em uma plataforma tubular de aço e possuía carroceria de fibra de vidro, o que o tornava leve e ágil nas curvas. Tinha capacidade para transportar duas pessoas e tinha um motor dianteiro de 4.1 litros, que produzia cerca de 180 cavalos de potência e torque de 31 kgfm. O interior era revestido em couro e possuía acabamentos em madeira, dando-lhe um toque clássico e luxuoso. O painel de instrumentos era bem completo.
Com um motor Chevrolet, o SM 4.1 foi um carro exclusivo, mas também foi produzido em quantidades limitadas. Apenas 937 unidades foram produzidas.
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Envemo Camper
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A Envemo Camper foi uma das primeiras SUV surgidas no Brasil na década de 1980. Ela tinha carroceria de fibra, chassi tubular e suspensão independente nas quatro rodas. Havia também um inovador sistema de tração nas quatro rodas e motor V8 de alta potência.
O designer da Camper era inspirado em modelos americanos, como o Jeep Wrangler e o Ford Bronco, algo bem tentador para o mercado daqueles anos. Seu interiro era bem amplo para passageiros e bagagem, além de teto rígido removível que permitia uma experiência ao ar livre bem interessante.
A produção foi encerrada em 2015, mas o modelo ainda atrai entusiastas e colecionadores de veículos off-road.
Bianco S
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O Bianco S foi produzido pela Bianco, uma fábrica sediada em Diadema, São Paulo, fundada por Toni Bianco, que era projetista de carros de competição. A ideia era criar uma versão brasileira com linhas arrojadas e europeias para a época.
Em 1976, a Bianco expôs um de seus modelos no salão do automóvel e foi um verdadeiro sucesso, com mais de 180 unidades sondo negociadas.
O Bianco S possuía grande pára-brisa, porta-malas dianteiro, além das duas amplas portas laterais e lanternas traseiras do Opala. O carro também possuía itens produzidos artesanalmente, como o volante, além de painel, console e estofamento revestido de couro. Além disso, tinha itens de segurança bastante avançados para a época, como barras anticapotagem e reforço de chapa nas laterais para o caso de colisão.
Seu motor era um boxer 1600 refrigerado a ar de 65 cavalos sobre uma plataforma de Fusca ou Brasília.
Gurgel BR-800
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Esse talvez seja o mais conhecido dos desconhecidos dessa lista. O Gurgel BR-800 ficou muito conhecido entre os anos de 1988 e 1993. A fábrica criou o modelo compacto com um motor de 800 cc e atribuiu a ele as iniciais de Brasil, dando origem ao nome.
Com motor de 4 tempos, o Gurgel BR-800 tinha design bastante simplificado, com linhas retas e sem muitos detalhes estéticos. Era um carro pequeno, com capacidade para até quatro pessoas e bagageiro na traseira. Sua carroceria era feita de fibra de vidro, o que o tornava leve e resistente.
Em relação ao desempenho, o Gurgel BR-800 não era um carro muito potente, mas tinha boa economia de combustível. Seu motor tinha potência de 32 cavalos e torque de 5,5 kgfm. A velocidade máxima do veículo era de cerca de 110 km/h, e ele acelerava de 0 a 100 km/h em aproximadamente 24 segundos.
Apesar do apelo popular, o carro enfrentou bastante críticas pela aparência pouco convencional e à falta de itens de conforto e segurança, como ar-condicionado, direção hidráulica e airbags. Além disso, o carro enfrentou problemas de qualidade, como a fragilidade dos vidros e a corrosão da carroceria.
Apesar das críticas, o Gurgel BR-800 se tornou um ícone da indústria automotiva brasileira, sendo considerado o primeiro carro popular 100% nacional, uma vez que foi desenvolvido e produzido inteiramente no Brasil.