O quadro “Lata Velha”, do Caldeirão do Huck, programa exibido pela Rede Globo, tornou-se uma das atrações mais populares por quase duas décadas. A ideia foi copiada de programas gringos que reformam e customizam veículos bem estragados e que tinham algum apelo sentimental para seus proprietários. Alguns destes reformados foram alvo de muitas críticas em virtude dos exageros impostos pela equipe de customização e outros deram muita confusão, com direito até a processo na justiça. Então, para quem é curioso, conheça cinco carros reformados pelo programa e que, por algum motivo, acabaram praticamente abandonados pelos seus donos.
Em 2012, Chester Ricardo tinha acabado de sair da cadeia, onde passou oito anos preso. Como precisava trabalhar, ele resolveu montar um ferro-velho e buscar sucata pela cidade. O único veículo que ele tinha era um velho caminhão Chevrolet C10 1967 em condições precárias de manutenção. Naquele momento, o Lata Velha virou a solução dos seus problemas. A foto acima mostra seu caminhão reformado.
Chester trabalhou um ano com o veículo, mas aí um outro veículo bateu nele e precisou ficar quase um ano parado porque não tinha condições de arrumar. Quando finalmente conseguiu consertar o C10, o freio estourou e ele bateu num carro. A partir disso nunca mais conseguiu arrumar o carro.
Esta foto mostra o estado atual da C10 do Chester. Atualmente ela está abandonada num terreno com a parte frontal desmontada.
Luiz da Silva Lopoldino, o Luizinho, trabalhava como pedreiro e tinha um Logus GLSi 1996. Como o veículo estava bem estragado, ele ganhou uma reforma completa em 2010. Na época, muita gente criticou o visual do Logus, afirmando que a produção teria exagerado um pouco, personalizando-o com um adesivo que imitava tijolos e azulejos.
Assim que recebeu o Logus, Luizinho disse que o movimento aumentou bastante. Ele então comprou outros carros e passou o Logus customizado para o filho. Algum tempo depois, ele vendeu o veículo, mas a dificuldade de encontrar peças fez com que ele ficasse abandonado numa oficina da cidade de Macaé, onde Luizinho mora.
Em 2008, o tatuador Javier ganhou a customização e reforma da sua Kombi. A ideia era usar o veículo como um estúdio de tatuagem. Para isso, a produção instalou uma maca e disponibilizou vários acessórios para permitir que pudesse trabalhar em qualquer lugar. Porém, Javier, que é uruguaio, precisou retornar para seu país e vendeu a Kombi.
Atualmente, ela pertence a Sarah Zaad, uma terapeuta holística, que, assim como Javier, utiliza a Kombi como espaço de trabalho. O veículo, porém, está bastante deteriorado e sem vários equipamentos disponibilizados pela produção na época.
A Belina de Toninho, vendedor de ovos no Rio Grande do Norte, virou celebridade pelas ruas de Natal. O carro, conforme você pode ver na foto acima, ganhou vários adereços compatíveis à função do rapaz.
Hoje, 14 anos depois, o carro continua com Toninho, mas bem diferente da época em que recebeu do programa. Ele conta que não teve condições de manter as manutenções e o carro está bem deteriorado.
O Opalão 1979 de João Marcelo Vieira é, talvez, um dos casos mais polêmicos do extinto quadro Lata Velha. Em 2005, ele ganhou uma reforma com customização completa. Na ocasião, o carro do carioca ganhou um visual completamente novo e foi então que começaram os problemas. João Marcelo afirma que recebeu o carro dois meses depois da participação no programa de Luciano Huck e que a documentação e placas se referia a outro veículo. Ele afirma, inclusive, que descobriu que tratava-se de um carro comprado em um leilão e que falsificaram sua assinatura no documento dele.
João chegou a entrar com um processo contra a Globo exigindo indenização de R$ 1 milhão, mas um julgamento realizado em 2016 considerou improcedente. João, porém, afirma que possui provas de que seu antigo Opala foi trocado por outro veículo e entrará novamente na justiça.
Bom, o carro, entretanto, praticamente não existe mais. João Marcelo alega que o imbróglio envolvendo o veículo o deixou chateado e o abandonou. Ele disse que até tentou uma negociação amigável com a Globo, na qual exigia apenas uma retratação pública, mas não foi bem sucedido. Além disso, ele conta que a repercussão do caso fez com que as pessoas repetidamente fizessem perguntas sobre o episódio e que até teve que mudar de cidade.