Os dois filmes lançados recentemente, que contam as versões de Suzane Richthofen e seu então namorado Daniel Cravinhos para o brutal assassinato dos pais da garota, reacendeu a memória dos brasileiros para essa história repleta de questionamentos que há quase 20 anos chocou o país.
Para ilustrar um pouco, vamos descrever como estão hoje os principais personagens dessa bizarra história de acordo com informações públicas existentes até o momento.
Suzane von Richthofen
Esta foto mostra uma das recentes saídas de Suzane da cadeia, em setembro deste ano. Desde 2015 ela ganhou o benefício de saídas temporárias do presídio onde cumpre pena, em Tremembé. Mesmo tendo sido condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, ela conseguiu o direito de cursar faculdade de biomedicina utilizando tornozeleira eletrônica. Em 2016, ela até conseguiu ingressar numa faculdade privada, mas com medo do assédio fora da prisão, pediu à Justiça para fazer o curso online, porém, por falta de recursos tecnológicos e aparato no presídio, o pedido foi negado.
Quem convive com Suzane na cadeia afirma que ela é conhecida pelo bom comportamento, o que beneficiou essa condição de saída temporária. Lá dentro, ela iniciou um relacionamento com uma outra presa conhecida como Sandrão, que cumpria pena por sequestro e morte de um menino.
De acordo com o livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, ela foi ameaçada de morte por integrantes do PCC na cadeia. No entanto, ela salvou-se jogando charme para o médico da instituição prisional. Apesar de não se envolverem, ele a alertou sobre uma rebelião cujo objetivo era acabar com a vida dela.
Daniel Cravinhos
Esta foto mostra Daniel Cravinhos com a atual esposa, a biomédica Alyne Bento, que também é filha de uma agente penitenciária. Ele cumpre pena em regime aberto desde 2018. A defesa alegou que ele poderia cumprir o tempo legal de prisão sem incorrer em falta grave e com registro de bom comportamento. Na cadeia ele passou 16 anos e ganhou o direito a outros dois anos de desconto por ter trabalhado na cadeia.
Um laudo atestou que Daniel está em condições de viver em sociedade, mas uma reportagem da Veja descobriu que sua esposa não está tendo muita sorte com essa união. Ela chegou a perder dois empregos em laboratórios após os responsáveis descobrirem que ela era casada com um dos irmãos Cravinhos.
Cristian Cravinhos
O primeiro a admitir o assassinato, Cristian, também foi o primeiro a conseguir o direito de cumprir sua pena no regime aberto. Em 2017 ele saiu da cadeia, mas não durou muito tempo. Um ano depois, ele envolveu-se numa briga de bar e foi detido portando munição de uso restrito. Ao ser abordado, ele tentou subornar policiais militares. Curiosamente, ele foi absolvido do crime de porte ilegal de munição, mas condenado a quatro anos e oito meses por tentativa de corrupção ativa.
Cristian também enfrenta uma luta familiar. Seu filho alega sofrer com constrangimentos todas as vezes que precisa apresentar um documento em que consta o nome do pai e com isso entrou na justiça para pedir anulação de paternidade. Segundo ele, é uma vergonha carregar este nome.
Andreas Von Richthofen
Andreas é um rapaz muito reservado. Desde o crime, quando tinha apenas 15 anos, ele tem tentado se manter afastado da mídia.
Quando o crime ocorreu, Andreas foi morar com a avó e um tio. Em 2005, ele foi aprovado na Faculdade de Bioquímica da USP. Porém, apesar da promissora vida acadêmica, em 2017 ele foi detido por policiais após pular o muro de uma casa em São Paulo. De acordo com os policiais, ele parecia confuso e desconexo, foi quando o tio resolveu interná-lo numa clínica de recuperação de usuários de drogas. Andreas admitiu fazer uso de maconha e álcool.
De acordo com o livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, Suzane teria feito pressão sobre Andreas para voltar a ter direito sobre a herança dos pais. Andreas, porém, negou o pedido e rompeu de vez a relação com a irmã e teria confessado a pessoas próximas que tem medo de Suzane mandar assassiná-lo também.