Você já reparou como o “Boom” dos esportes eletrônicos tem feito surgir uma geração de usuários bastante exigentes quando o assunto é tecnologia?
Isso não é por acaso. Quem dedica parte do seu tempo aos jogos, precisa ter suas necessidades atendidas de maneira absoluta – e não se trata de um exagero.
Pesquisas recentes revelaram que a quantidade de pessoas jogando games eletrônicos deve alcançar mais de 450 milhões, neste ano. Esse fenômeno fez com que as desenvolvedoras aumentassem o número de campeonatos realizados em todo o mundo, o que representa uma excelente oportunidade para quem deseja ir mais a fundo neste universo.
Apesar de ser o quarto maior consumidor de games no mundo, o Brasil ainda não explora todo o potencial do segmento. Mas, com o crescimento das possibilidades, o mercado gamer tem feito as pessoas verem os jogos de outra maneira. O aumento de jogadores tem trazido investidores para a área. No Brasil, 375 empresas produzem games e seguem em crescimento acentuado, tendo em vista que esse número é 180% maior em comparação aos quatro anos anteriores.
Nessa nova onda, um periférico que, até bem pouco tempo atrás, era tratado como item secundário, desponta como um dos mais importantes quando o papo é jogar: o teclado. Neste ponto, é importante falarmos sobre os modelos de teclados gamers e os teclados mecânicos.
Foi na década de 1940 que os computadores incorporaram o teclado como periférico de entrada. O primeiro computador eletrônico vendido na história, o Binac, em 1949, era visto como uma máquina de escrever controlada eletro-mecanicamente. Ele conseguia realizar entrada de dados diretamente na fita magnética, assim como imprimir os resultados processados pela CPU.
Em 1965, o sistema operacional incentivou o desenvolvimento de uma nova interface de usuário, o terminal de vídeo, que combinou o uso do teclado com as antigas TVs de tubo da época, criando uma espécie de máquina de escrever elétrica – algo completamente novo e inusitado. Afinal de contas, era possível ver o que estava sendo digitado, em tempo real, e também era possível apagar, caso escrevesse algo errado.
O teclado ficou, portanto, como praticamente o único periférico de entrada, até a chegada do mouse, na década de 1980. A tela, até então preenchida apenas com texto, deu lugar a um elemento gráfico novo, controlado pelo mouse. E, assim, começava a história de desenvolvimento deste periférico tão importante.
Mesmo durante os anos 1980 e início dos anos 1990, os teclados mecânicos eram uma parte tão comum das configurações de computador, quanto as unidades de disquete – porque as pessoas que os criavam e usavam sabiam como a digitação poderia e deveria ser.
Entretanto, com a explosão do mercado de PCs domésticos na década de 1990 e início dos anos 2000, as resistentes placas mecânicas perderam a preferência, pois os fabricantes buscavam formas mais baratas e de mercado de massa para fazer com que dezenas de milhões de pessoas utilizassem suas máquinas. Digitar, a mais básica das atividades de computação, tornou-se algo que você e seus dedos tinham que superar, e não curtir, em equipamentos inferiores.
Felizmente, o pêndulo se voltou para a qualidade dos teclados na última década. Os teclados mecânicos são, mais uma vez, alternativas viáveis e até populares. Eles custam mais, mas são muito mais resistentes do que um modelo comum. E os fabricantes de teclados agora os utilizam para atender uma classe específica de usuários.
TECLADO COMUM OU TECLADO GAMER?
Antes de mais nada, é importante falar sobre as diferenças. Os teclados que a gente costuma usar nos escritórios e que vêm nos kits possuem valores mais baixos, pois são construídos usando a tecnologia de membrana, que é um material de silicone responsável por fazer a teclagem. As membranas funcionam por meio de indução de corrente elétrica através de cada pecinha de silicone.
Como desvantagem, o tapete de silicone é responsável pelo efeito chamado ghosting, o motivo que leva os jogadores de PC fugirem de tais teclados. Como uma única membrana é responsável pelo acionamento de todas as teclas, esses periféricos falham em reconhecer muitos comandos em um curto período de tempo, como é o procedimento padrão em jogos de estratégia, ou MOBAs. Assim, a digitação, mesmo para casos nos quais o usuário não esteja jogando, fica muito propensa a erros.
Atualmente, a grande variedade de dispositivos faz com que existam diversos tipos de teclados. Os mais comuns nos PCs e notebooks ainda são os de membrana, que podem ser encontrados por preços a partir de R$20,00.
Já os teclados mecânicos possuem um mecanismo baseado em mola. Isso facilita o tempo de resposta, confiabilidade e experiência para quem precisa desses elementos na hora de usá-los. Neste ponto, encontramos seis tipos de teclados mecânicos, que variam de acordo com o mecanismo empregado embaixo de cada tecla. São eles: Cherry MX Clear, Cherry MX Red, Cherry MX Brown, Cherry MX Blue, Cherry MX Green e Cherry MX Black. Basicamente, a diferença é a resistência da mola e o barulho que as teclas emitem.
COMO FUNCIONA UM TECLADO GAMER / MECÂNICO
Em primeiro lugar, o que define um teclado mecânico é o interruptor de chave que ele usa. Hoje em dia, a maioria dos teclados econômicos usa tecnologia dome-switch, que registra um pressionamento de tecla quando você digita e empurra para baixo uma cúpula de silicone e conecta dois traçados de placa de circuito. Embora esse estilo seja fácil e barato de ser fabricado, pressionar as teclas requer uma quantidade relativamente grande de força, o que pode resultar numa sensação pesada para os dedos e uma falta de feedback tátil ou auditivo quando você digita. Além disso, depois de um tempo, as cúpulas começam a perder sua elasticidade e não funcionam muito bem ou param completamente de funcionar. Já os interruptores mecânicos eliminam completamente o silicone. Pressionar a tecla para baixo ativa uma chave física real, geralmente envolvendo uma mola como mecanismo de push back, que registra o que você digita. Como as peças são muito mais substanciais do que as usadas nos teclados de membrana, os mecânicos possuem vida útil bem maior.
Aí surge um novo elemento: o switch. Cada tecla possui seu próprio switch, que é o conjunto formado pela mola e o metal necessário para fechar o circuito e ativar a tecla.
Os switches podem fornecer retorno tátil e sonoro ou lineares. Os lineares foram os primeiros a serem criados. Eles possuem movimentos simples, não tendo aquele efeito tátil e sonoro expressivo. Aí destacamos dois tipos de switches, o Cherry MX Black e o Cherry MX Red, produzidos em 1984. O Black precisa de uma pegada mais forte, enquanto o Red é mais suave, exigindo menos pressão ao ser utilizado.
O Mx Brown é considerado “ergonômico”, fornecendo um retorno tátil maior, porém sem aquele barulho mais expressivo de click e facilmente se tornou popular entre os players.
Já o Blue, apresenta retorno tátil e sonoro mais expressivos e geralmente são utilizados em locais cujo barulho não é uma barreira. Ou seja, eles não são muito recomendáveis para quem vai usá-los no silêncio do quarto à noite, por exemplo- a menos que você queira acordar o restante da casa.
Ah, também existe o Cherry MX Speed, que apresenta switches lineares e um ponto de atuação de 1.2mm em comparação aos 2mm encontrados nos switches MX Red e Black. Ele possui ainda força de atuação semelhante ao Red.
Além dos aspectos apresentados anteriormente, uma outra vantagem dos teclados gamers é que eles permitem customização, ou seja, você pode reprogramar cada tecla e salvar suas configurações preferidas, caso deseje. Isso é muito importante, pois você pode, por exemplo, configurar uma tecla para executar uma tarefa pressionando 3 teclas.
As marcas mais conhecidas fornecem, até mesmo, Softwares que possibilitam as programações especiais, que vão além do uso em jogos. Para quem trabalha com planilhas, por exemplo, é possível configurar macros para serem ativadas nesses botões, permitindo a realização de ações repetitivas sem tanto esforço manual. Por outro lado, é possível programar atalhos de teclado, que permitem digitar automaticamente quando você escreve uma palavra de maneira abreviada.
Para quem não se importa tanto com essas macros, existem algumas outras alternativas no mercado. Alguns teclados da Logitech, por exemplo, vêm com um aplicativo em que você pode programar os botões para abrir um programa ou desempenhar ações específicas, como alternar entre telas, salvar documentos ou copiar e colar arquivos – ações que a gente faz usualmente no computador.
Uma outra vantagem em relação aos teclados básicos é que eles possuem um visual bem mais moderno e diferenciado. A maioria dos teclados possui efeitos de iluminação e também pode ser modificada de acordo com o gosto do usuário, permitindo até 16.8 milhões de cores (dependendo do modelo). O nome dessa tecnologia é retroiluminação. Periféricos com uma única cor, permitem, no máximo, ajustar a intensidade do brilho, enquanto os Full RGB permitem sincronizar até as luzes com efeitos de pulsação e onda e brilhar por som.
COMPRAR OU NÃO COMPRAR UM TECLADO GAMER / MECÂNICO
Mas você deve estar se perguntando se realmente é necessário comprar um teclado gamer ao invés de um tradicional, de membrana. A resposta é não, mas tudo depende muito da sua experiência como jogador. Os teclados de membrana, por serem mais simples, são indicados para gamers casuais, aqueles que jogam com menor frequência. Já para os jogadores que gastam horas em gameplays, desenvolvendo suas habilidades esportivas e que até pretendem se profissionalizar, a dica é investir uma grana num desses teclados gamers.
A faixa de preço varia de acordo com a sua necessidade. Existem opções no mercado para quem não quer investir tanto. Porém, se você pretende dedicar algumas boas horas de atividade, o ideal é buscar um teclado gamer com um bom custo benefício.
Para quem está pensando em adquirir um desses teclados, há algumas marcas no mercado que podem atender sua necessidade, como Hyper X, Razer, Logitech, EVGA, Thermaltake, Corsair e SteelSeries. Já para quem prefere as marcas mais tradicionais, algumas boas opções são Microsoft, Logitech e Razer.
Se você pretende embarcar de vez nessa onda gamer, é importante levar em conta o investimento a ser feito com esse tipo de periférico. Quanto mais avançado, mais alto o valor a ser pago. Porém, avalie se será mesmo necessário. Uma das funcionalidades dos mouses e teclados gamer é justamente tornar tudo mais prático. É importante dizer que as marcas mais famosas disponibilizam softwares que auxiliam na configuração do acessório – mais um ponto a ser levado em consideração.
Um outro aspecto a ser levado em consideração é o apelo visual. Os teclados gamers e mecânicos possuem um desenho bem diferenciado em relação aos convencionais. Mas, cuidado pois alguns modelos de membrana também já mudaram esteticamente para agradar os usuários menos avisados. Alguns modelos mais arrojados, inclusive, vêm com iluminação de fundo, iguais os gamers, porém sem as mesmas funcionalidades. O interessante é, como citado anteriormente, avaliar o uso final do periférico, para não ter o desprazer de fazer muito barulho em casa durante a madrugada enquanto escreve aquele TCC tão importante ou perceber que o teclado bonitinho, porém barato, não serve para jogar assim como seu adversário joga games online ou offline
Gamer ou Mecânico? Titulo não faz muito sentido.
Nenhum…O foco é a propaganda em si…
Para quem realmente quer comprar um teclado mecânico bom: FILCO, Duck Shine, Keycool, Vortex e umas outras marcas menos mainstream (citei essas porque tenho ou já tive teclado dessas marcas). Tem a WASD Keyboard que customiza o teclado do jeito que quiser.
Dificilmente vai achar um desses no BR, então a única opção é importar, mas garanto que vai ser algo que vai durar muuuito tempo e muito melhor que essas tranqueiras gamer que o povo vende por aí.
Bem interessante essa matéria , faz a propaganda de algo bem útil na atualidade que é um teclado acho que poderia ser feito de forma melhor