Alguma vez você deixou de ser apenas mais um na multidão?
Esta pergunta me ocorreu no momento em que lembrei de uma situação exatamente assim.
Uma vez, fui convidado para fazer a cobertura de um grande festival de música em Salvador. Como eu tinha credencial de imprensa, conseguia acesso a lugares onde a maioria das pessoas não conseguia, como os bastidores, por exemplo. Foi quando aconteceu uma situação inusitada.
Após o show da banda Restart, numa das noites, a entrada do backstage ficou lotada de adolescentes querendo autógrafos e fotos. No entanto, a produção proibiu a entrada de qualquer fã e disse que naquela noite não iriam receber ninguém.
Uma garota em prantos me pedia para que levasse seu caderno para que os músicos autografassem. Eu cheguei a comentar que não poderia, mas ela e os pais insistiram tanto que acabei pegando os três cadernos.
Eu bem tentei conseguir os autógrafos, mas como a produção estava irredutível, tomei uma atitude… resolvi eu mesmo autografá-los.
Ao entregar os cadernos, a garota, emocionadíssima, agradeceu e eu disse que eles haviam comentado que ela deveria fazer daquele o melhor ano dela na escola.
O ato acabou chamando a atenção das outras garotas, que me rodeavam e pediam que fizesse a mesma coisa. Acabei pegando uma pilha de cadernos de outras garotas e autografando cada um deles, sem que percebessem. A cada entrega, dizia para elas deveriam se dedicar aos estudos mais do que nunca.
Um ano depois, andando pelo shopping, fui parado por um rapaz, que me perguntou se eu lembrava dele. Na minha negativa, ele disse que era pai de uma das dezenas de garotas que estavam naquele dia, no show. Ele disse que me reconheceu do blog e que queria me agradecer porque fui responsável por algo incrível. A menina, que não tinha nenhum compromisso com os estudos, mudou incrivelmente seu aproveitamento na escola. No último ano, inclusive, ela conseguiu passar direto na escola (algo que nunca tinha feito) e foi primeira colocada em um concurso no qual dava uma vaga para o Colégio da Polícia Militar – sonho do seu avô, que estava internado, e morreu uma semana depois.
Obviamente, não contei o que havia feito, mas tive minha culpa um pouco aliviada pelas consequências. 🙂
Bom, falei isso para ilustrar um pouco a ideia do novo vídeo do Malbec. Descubra a diferença entre ser original ou apenas mais um na multidão.
E você, também tem alguma história na qual se destacou na multidão?
Muito bonita sua atitude. A sensibilidade que você teve poucas pessoas têm. Imagino a decepção que seria se você aparecesse com os cadernos em branco. Do mesmo jeito que sua atitude teve uma reação positiva, o contrario também poderia ocorrer caso não tivesse levado os cadernos autografados.
Parabéns.
Parabéns cara
Que bacana, Humberto. Gesto de alguém sensível. Muitos achariam besteira, apenas cedem a apelos aos quais se identificam muito ou que gere em si uma comoção muito grande e que seja ligado a uma necessidade considerada básica, vc teve empatia.
Cara, o vídeo nem é assim tão incrível, mas o mesmo não posso dizer de sua atitude. Louvável, é o adjetivo que tenho… Só pessoas com uma cabeça muito a frente tem essa sensibilidade que voce teve. Nem eu mesmo teria pensado nisso…
Humberto troll do bem ashaushaushuaha
o Boticário quer realmente nos fazer acreditar que todos os caras que participaram não eram modelos contratados? não tem um que seja feio ali.
Cara, deixa de ser mentiroso. Que bela historinha que só criança vai acreditar.
Fâ de Restart merece ser ludibriado mesmo.
Excelente post. E é fazendo a diferença que a gente muda o mundo.
A historia que você contou é mais interessante que essa propaganda da ” O Boticário “
Agora eles sabem que foram enganados, largarão esta droga colorida chamada Restart!
Já o video é uma bosta mesmo!